Assisti As Vantagens de Ser Invisível meio desavisada, sem saber direito do que se tratava, e acabou batendo em pontos muito importantes que trabalho em clínica com frequência, como depressão, estresse pós traumático, abuso, identidade e autoestima. Ficou no bloco de notas do celular o lembrete de fazer uma análise mais cuidadosa sobre, então aqui está.
Charlie é o protagonista, um adolescente introvertido que luta para se entender nesse mundo. Ao longo do filme, é possível identificar um quadro de depressão e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) pelo qual passa. Após a morte de sua tia e o suicídio de um amigo, passou a se isolar, ter flashbacks e sentir muita culpa. O tempo todo é possível notar o quanto essa dor influencia a percepção sobre si mesmo e como enxerga o mundo.
Charlie se percebe como “invisível” e sem valor, numa crise de identidade e autoestima. Vivendo em meio aos seus traumas, busca sua identidade e aceitação. As relações sociais são fundamentais no meio disso tudo – a amizade com Patrick e Sam torna esse caminho possível. A conexão entre eles ajuda a aliviar parte da dor e mostra quão importante apoio social é fundamental para o bem-estar psicológico.
Além disso, Charlie sofreu um abuso sexual na infância. Fato que manteve em segredo e reprimiu até quase o fim do filme. A repressão desse trauma contribuiu para sua depressão, bem como para a sua incapacidade de estabelecer relacionamentos saudáveis. A revelação do abuso é um momento crucial, que catalisa sua necessidade de enfrentar o passado para começar a se curar.
Através do apoio dos amigos e ajuda psicológica, Charlie começa a entender que, embora o passado o tenha machucado, ele não precisa definir seu futuro.
Um filme intenso e sensível, cheio de reflexões sobre a vida.
Já assistiu? O que achou?
